quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

A Invenção de Hugo Cabret (2011)




Inspirado no livro de Brian Selznick, "A Invention of Hugo Cabret"



Nome Original: Hugo
Direção: Martin Scorsese
Roteiro: John Logan
Gênero: Aventura/Drama
Elenco: Asa Butterfield, Chloe Moretz, Jude Law, Ben Kingsley, Sacha Baron Cohen
Distribuição: Paramount Pictures
EUA, 2011 (127 minutos)





Sinopse: Hugo Cabret é um órfão de 12 anos que vive escondido na central de trem de Paris dos anos 1930. Esgueirando-se por passagens secretas, Hugo cuida de gigantes relógios do Lugar: escuta seus compassos, observa enormes ponteiros e responsabiliza-se pelo funcionamento das máquinas. A sobrevivência de Hugo depende do anonimato: ele tenta se manter invisível porque guarda um incrível segredo, que é posto em risco quando o severo dono da loja de brinquedos da estação e sua afilhada Isabelle (Chloe Moretz), cruzam o caminho do garoto. Um desenho enigmático, um caderno valioso, uma chave roubada e um homem mecânico estão no centro desta intrincada e imprevisível História, que, mistura elementos dos quadrinhos e do cinema, oferecendo uma diferente e emocionante experiência de história numa homenagem inteligente ao cinema mudo e a preto e branco. [Fonte]



O próprio Scorsese aparece em uma cena, no papel de um fotógrafo

Martin Scorsese dirigindo um filme infantil, surpresa número um. Esse mesmo Scorsese colocando elementos fantásticos do próprio cinema como meu adorado filme "Viagem a Lua" de George Méliès e o próprio George Méliès em um único longa; surpresa número dois. A todos é conhecida a genialidade de Scorsese, e isso é indiscutível. Em "Taxi Driver", "Gangues de Nova York", "Ilha do Medo" e diversos outros filmes entende-se e comprova-se que Scorsese é um grande diretor de cinema. O que faz toda a diferença é a atenção dada aos detalhes e a forma única de se fazer cinema, recursos fortemente utilizados por Martin nesse filme.
"A Invenção de Hugo Cabret" é maravilhoso, mostra a essência do cinema. O cinema é tido como uma "fábrica de sonhos", na qual tudo pode se tornar realidade. Conta-se toda a história dos primeiros filmes, passando pelos irmãos Lumière e por George Méliès (personagem do filme, interpretado pelo requisitado e excelente ator Ben Kingsley). Trata-se de uma capacidade de contar as origens do Cinema à todas as idades; atingindo muito bem o público infantil e ainda assim penetrando no intelecto de adultos.
Tendo como pano de fundo a maravilhosa Paris durante o inverno, capturam-se lindas cenas. A fotografia é realmente algo a parte, senti valer a pena o 3D pela boa captura de profundidade e principalmente pelas cenas em que há neve. É um filme inteligente, com uma mensagem muito bem trabalhada e com enredo bem desenvolvido, inserido em lindas imagens.
A atuação do magérrimo Asa Butterfield é algo excepecional; é difícil encontrar atores mirins com tanta capacidade de se expressar e atuar com sinceridade. A garota sonhadora e apaixonada por livros interpretada por Chloe Moretz também é uma ótima personagem, que acrescenta personalidade e leveza ao longa.
O elenco é ótimo, desde coadjuvantes até protagonistas; e a história é realmente bonita. Não é apenas um filme para crianças, mas também não é somente destinado a adultos. Consegue captar a atenção de toda uma gama de espectadores e não deixa a desejar em nenhum quesito. Os efeitos especiais, comandados por um brasileiro são muito bem feitos. Precisamos de mais brasileiros apaixonados por cinema e capazes como esse.
É um filme que, assim como "O Artista", insere-se nesse novo gênero buscado, de explicar as origens do cinema e trazer a metalinguagem para a indústria cinematográfica. Explicar por meio de um filme o que é um filme não é apenas uma arte, é um feitio do qual nem todos são capazes. Martin Scorsese mostrou ser capaz também nesse quesito e, mais uma vez, fez-me admirá-lo. Para quem ainda não foi ver, vá. Vale seu ingresso.








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