quarta-feira, 4 de abril de 2012

Bonequinha de Luxo (1961)


 






Nome Original: Breakfast at Tiffany's
Direção: Blake Edwards
Roteiro: George Axelrod
Criação Original: Truman Capote
Gênero: Comédia Romântica
Elenco: Audrey Hepburn, George Peppard, Patricia Neal, Buddy Ebsen
Distribuição: Paramount Pictures
EUA, 1961 (115 minutos)







Dispensa sinopse e apresentações, apenas citar esse filme pode virar clichê ou mesmice e não fazer jus à revolução que ele fez em Hollywood. Peço uma trégua às minhas palavras mediante uma atuação da incomparável Audrey Hepburn. Em plena época do conservadorismo, adapta-se um livro de Truman Capote sobre uma prostituta de luxo de Nova York e a atriz escalada para o papel é ninguém menos do que a super-conservadora-perfeita Audrey Hepburn. O rebuliço que isso fez, a quase não aceitação da crítica hollywoodiana e o sucesso estrondoso de Bonequinha transformaram esse filme em um clássico. Mas não apenas em um clássico, trata-se daquele que originou o gênero da comédia romântica.
Se tivessem escolhido qualquer outra atriz para o papel de Holly Golightly, como foi primeiro cogitado Marylin Monroe, o filme provavelmente teria sido vulgar e não aceito. Marylin desistiu do papel por não ser bom para sua imagem, e, quando se cogitou Audrey Hepburn para o papel, a princípio ela recusou. O diretor achava um absurdo ter alguém como Hepburn interpretando uma prostituta inocentemente maluca; mas essa foi a combinação perfeita, uma daquelas que só acontecem uma vez a cada muito tempo. Audrey dá leveza ao papel e realmente interpretada a sta. Golightly com uma verossimilhança impressionante, dado o fato de que sua personalidade real em nada se assemelhava à de Holly.
O figurino é um dos melhores já feitos em um filme, justamente porque Audrey uniu seu gosto impecável com seu designer de moda preferido, Hubert de Givenchy. George Peppard até que tentou ser a estrela, mas o seu papel é facilmente ofuscado pelo brilho de Audrey Hepburn e pelo figurino incrível que ela usa.
É verdade que não é bem uma história de amor, se for é improvável e quase impossível de realmente durar. Mas o que encanta nesse filme não é a história em si, que se for vista do ponto de vista crítico nem é tão bem feita assim, mas a novidade. Há um livro escrito por Sam Wasson "Quinta Avenida, 5 da Manhã", que explica todo o processo do filme e a repercursão que ele teve para a época e o mundo do cinema, vale muito à pena ser lido, principalmente pelos amantes da sétima arte.
A canção Moon River foi um marco ao filme, não há longa que faça a devida fama sem uma trilha sonora que seja condizente. A voz de Audrey tornou tudo mais real, e a música se encaixa perfeitamente no contexto da personagem. Além disso, o fato de o Gato não ter um nome definido é chave; uma vez que a liberdade de Holly também nunca poderá ser rotulada ou pertencer a alguém. A princípio, foi pensado em dar-se um nome ao animal na cena do fim do filme, mas o roteirista Axelrod achou melhor não fazê-lo, o que foi muito sábio.
Não é à toa que a figura de Holly Golightly é a mais copiada pelo mundo afora, ela representou um período de mudança e moda como poucas outras personagens conseguiram fazer. Ainda assim, a primeira vez que eu assisti ao filme, por não ter o entendimento que me era necessário não gostei e nem compreendi o seu significado. Apenas anos depois, após ter lido, entendido e pesquisado é que fui entender a sumptuosidade e a beleza de Bonequinha de Luxo.
Certamente um clássico, amado por muitos e apreciado verdadeiramente por nem tantos. Deve ser entendido como o início de um novo gênero que se transformou em tradicional e também como uma nova perspectiva da mulher, que deixa de ser sempre "certinha" e perfeita do ponto de vista moral. Abre-se caminho para explorar um novo tipo de mulher, que nem sempre corresponde às expectativas dos críticos ou espectadores. Esta, sem dúvidas, é a maior marca de Bonequinha de Luxo.




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