quinta-feira, 7 de junho de 2012

Branca de Neve e o Caçador (2012)









Nome Original: Snow White and the Huntsman
Direção Rupert Sanders
Roteiro: Evan Daugherty, baseado no conto de fadas "Branca de Neve"
Gênero: Romance/ Ficção/ Aventura
Elenco: Kristen Stewart, Charlize Theron, Chris Hemsworth, Sam Claflin
Distribuição: Universal Pictures
EUA, 2012 (127 minutos)







Sinopse: Num reino dominado pela tirania, a vaidosa e egoísta Rainha Ravenna (Charlize Theron) descobre que sua enteada, Branca de Neve (Kristen Stewart), está destinada a superá-la não apenas como "a mais bela de todas", mas também como governante do reino. A rainha ouve de seu espelho mágico (Christopher Obi) que a única maneira de permanecer no poder é consumir o coração de Branca de Neve e conseguir a imortalidade. Enquanto isso, Branca de Neve escapa para a Floresta Negra e Ravenna recruta o caçador Eric (Chris Hemsworth) para matá-la. Eric, no entanto, se apieda da jovem princesa e a ensina a arte da guerra. Agora, com a ajuda de anões e do Príncipe William (Sam Claflin), Branca de Neve inicia uma rebelião para derrubar sua madrasta de uma vez por todas. [Fonte]



Um filme esperado por muitos, mas que não chega nem perto de ser uma grande estreia. Com um elenco razoável, vá lá, traz a sonsa Kristen Stewart, da saga Crepúscul,o e o também novato Chris Hemsworth, o Thor da ficção, nos papéis de Branca de Neve e do Caçador, respectivamente. Não há grande química entre eles, mas Hemsworth até que se esforça bastante para trazer alguma emoção à tona de uma protagonista um tanto quanto indiferente. A atuação dele traz, ainda que pouco, certo brilho à suposta aventura.
Charlize Theron contudo, merece ter sua atuação reconhecida. É uma verdadeira bruxa das trevas, a madrasta má personificada. Sua eterna busca pela beleza e por ser sempre jovem fazem-na ter ódio da que está destinada a ser a mais bela, a Branca de Neve. Aí até que a história de Branca de Neve é contada de maneira correta, mas a vontade sanguinária da madrasta, que a manteve presa por anos a fio, em ter o coração pulsando de Branca de Neve, trazem um tom pesado e sombrio.
A maquiagem, especialmente a de Theron, é excelente e a ambientalização é muito bem feita, bem inspirada nos contos dos irmãos Grimm. Há também um maravilhoso uso de efeitos audiovisuais, mas isso é tudo o que há de bom no longa.
Em um ano no qual A Branca de Neve está tendo versões e mais versões, exaustivamente, esse filme deixa muito a desejar. Stewart, que é tão criticada pela falta de talento e emoções, prova mais uma vez que toda a sua fama deve-se à uma série de filmes infanto-juvenis de baixa qualidade.
Não há muito o que dizer, exceto que, se não fossem os efeitos visuais, esse filme não valeria o ingresso. Para quem gosta de um filmezinho mediano, com certos bons momentos, Branca de Neve e o Caçador pode ser uma boa pedida. O difícil é decifrar pela expressão da protagonista se é um momento feliz, de dor, ou de alegria; só às vezes há uma leve mudança de olhar e o máximo que se vê é um esboço de sorriso.
Já os anões são simpáticos e tiram um pouco da atmosfera excessivamente sombria do longa. Contudo, é preciso ter muita paciência para assistir esse filme de um pouco mais de duas horas, nos bancos do cinema, com metade do público desconcentrado em ao menos um momento.


E, apesar de tudo, está com uma das ótimas bilheterias desse ano, só não entendo o quê os espectadores vêem de tão bom em uma ficção ruim.

quinta-feira, 31 de maio de 2012

MIB³ - Homens de Preto 3 (2012)









Nome Original: MIB 3 (ou MIB III)
Direção Barry Sonnelfeld
Roteiro: Ethan Coen
Gênero: Ação/ Ficção Científica
Elenco: Tommy Lee Jones, Will Smith, Josh Brolin, Jemaine Clement, Michael Stuhlbarg and Emma Thompson
Distribuição: Columbia Pictures
EUA, 2012 (106 minutos)


Baseado em: "Malibu Comics" de Lowell Cunninghan






Para sinopse, enredo e especificações: http://meninblack.com/site/#/cast-and-crew (site oficial)



MIB I e II certamente marcaram muitas vidas, seja no período da infância, adolescência, de idade adulta ou terceira idade. Os efeitos, a realidade, e é claro, as atuações de Tommy Lee Jones e Will Smith fizeram dos dois filmes imperdíveis. As ótimas "tiradas" e o humor presentes nos dois primeiros longas fizeram com que muitos cressem não ser possível uma continuação do mesmo nível. Contudo, o diretor Barry Sonnenfeld provou que não só é possível fazer no mesmo nível, mas é possível fazer até melhor.
Quando J (Will Smith) descobre que K (Tommy Lee Jones) pode morrer se ele não fizer nada, volta ao passado para tentar impedir essa tragédia. Tudo isso porque "Boris, the Animal", que consegue fugir da prisão (detalhe, na Lua), quer se vingar de K por ter-lhe tirado um braço no passado. Ele decide então voltar ao passado e matá-lo.
De um dia para o outro, J tem um outro parceiro e é como se K tivesse morrido há 40 anos. Ao perceber o quão importante K se tornou para ele e ao descobrir o que aconteceu, ele volta ao passado para tentar fazer tudo se ajeitar e poupar a vida do parceiro. Há, nessa volta, um excelente Josh Brolin, que faz o papel de K mais novo e tem a mesma altura, mesmo jeito, mesma entonação e até mesmo aparência física parecida com o próprio Tommy Lee. É impressionante a capacidade de Brolin em fazer parecer que estamos vendo um Tommy Lee Jones mais novo.
Há ainda, sacadas geniais, como a que as modelos e o mundo da moda são de outro planeta e a em que o próprio Andy Warhol era apenas um agente da MIB disfarçado para se infiltrar nesse meio. Há ainda, o "OK" de J, quando acaba deixando escapar que já conhece K e O (Emma Thompson e Alice Eve - mais nova) do futuro. E o fato de uma garotinha confundir J com o presidente Obama no presente, dentre muitas outras situações engraçadíssimas.
Os efeitos visuais são excelentes, é possível lembrar dos outros longas e ver como a computação e a tecnologia evoluíram nos últimos anos, é realmente impressionante. E, é claro, como não poderia faltar, há o nome de Steven Spielberg no longa, como produtor executivo. Um filme ótimo com excelente elenco e crew, tudo contribuiu para o sucesso dessa ficção científica.
Para mim, foi um sonho distante que se realizou; um filme da minha infância que ganhou continuação, e uma continuação do nível que merecia. O final, por incrível que possa parecer, é meio triste e, ainda que com certa distância, emociona o espectador. A capacidade de Will Smith em transmitir suas emoções e fazer-nos realmente "entrar" na pele do personagem é incrível.
É um longa que vale ser visto, nem que seja apenas para matar as saudades dos "velhos tempos". Will Smith afirmou que, por ele, poderia haver mais dois MIBs e, com certeza, quem ver esse filme torcerá para que sejam feitos mais dois de fato.



terça-feira, 22 de maio de 2012

O Corvo (2012)







Nome Original: The Raven
Direção: James McTeigue
Roteiro: Ben Livingston e Hannah Shakespeare
Gênero: Suspense
Elenco: John Cusack, Alice Eve, Brendan Gleeson, Luke Evans, Kevin McNally, Pam Ferris
Distribuição: Paris Filmes
EUA, 2012 (111 minutos)







Sinopse: O escritor Edgar Alan Poe ajuda a polícia na busca de um serial killer que imita os crimes de seus contos e sequestrou sua noiva Emily. Para ajudá-lo na investigação, o detetive Emmet assume o caso e pretende dar um fim aos assassinatos terríveis, que são seguidos de charadas criadas pelo criminoso que desafia a inteligência do autor num jogo de gato e rato. [Adaptado de InterFilmes]


Que John Cusack é um ótimo ator, todos sabemos. Porém, ele ficou um tempo sem fazer boas escolhas de filmes, acabou atuando em longas como A Ressaca, com roteiro pobre e sem conteúdos significativos. Desta vez foi, contudo, diferente; trata-se de um enredo envolvente e com um roteiro muito bem explorado. Lembra filmes como Seven, pela fixação do criminoso em seguir uma história já escrita e pelos crimes sangrentos. Outra semelhança é a de o assassino só ser revelado no final do film; há várias suspeitas; elas, porém, só se confirmam quando a face do assassino é finalmente revelada.
Uma história bem feita em que um admirador-excessivo-compulsivo de Edgar Allan Poe resolve "homenageá-lo" da maneira mais sinistra possível: cometendo os assassinatos descritos em suas obras de ficção. E, para que Poe faça parte da investigação, ele sequestra sua amada Emily, ameaçando matá-la a qualquer momento. Existe uma ligação clara e evidente entre o assassino e o poema "O Corvo", de Poe. Nome poema, é descrito um animal "terrível" e insistente, que teima em assombrar o escritor. Para quem quiser ler o poema com tradução de Fernando Pessoa, o link é http://www.insite.com.br/art/pessoa/coligidas/trad/921.php, já para quem prefere a versão original: http://www.insite.com.br/art/pessoa/coligidas/trad/theraven.php
Cusack interpreta um dos meus escritores preferidos e um dos mais brilhantes de todos os tempos, Edgar Allan Poe. Ele consegue captar com excelência a essência de Poe e a grande estrela do filme é, sem dúvidas, a sua atuação.
Há cenas um pouco sangrentas para os facilmente impressionados. Mas a ambientação, figurino e no geral, filmagem, são de alta qualidade. A direção do consagrado James McTeigue (V de Vingança) faz toda a diferença e todas as situações se encaixam com clareza, no momento certo.
É um suspense muito bem feito e suspeita-se de todos. Procura-se "explicar" uma causa para a morte de Edgar Allan Poe, que é descrita no início do longa. Um filme diferente e inteligente, com aquela atmosfera literalmente nebulosa e típica dos bons suspenses.
Vale à pena assistir, principalmente em uma época em que boas estreias não estão surgindo com frequência.





Trailer Legendado

sábado, 12 de maio de 2012

Sete Dias com Marilyn (2011)








Nome Original: My Week with Marilyn
Direção: Simon Curtis
Roteiro: Adrian Hodges, baseado nos livros The Prince, The Showgirl and Me e My Week with Marilyn de Colin Clark
Gênero: Drama/ Romance/ Biográfico
Elenco: Michelle Williams, Kenneth Branagh, Eddie Redmayne, Dougray Scott, Judi Dench, Emma Watson
Distribuição: Paris Filmes
EUA, 2011 (100 minutos)





Sinopse: A musa Marilyn Monroe (Michelle Williams) está em Londres pela primeira vez para filmar "O príncipe encantado". Colin Clark (Eddie Redmayne), o jovem assistente do prestigiado cineasta e ator Laurence Olivier (Kenneth Branagh), sonha apenas em se tornar um diretor de cinema, mas logo viverá um romance com a mulher mais sexy do mundo. O que começa como uma aventura amorosa mudará a vida do ainda inocente Colin e revelará uma das várias facetas de um dos maiores mitos do século XX. [Fonte]


Trazendo talvez uma das melhores atuações da fantástica Michelle Williams, esse filme conta a história de ninguém menos que da musa do cinema, Marilyn Monroe. Williams é bem magra e "reta", mas, de alguma forma extraordinária (utilização de enchimentos), conseguiram deixá-la com o corpo muito parecido com o de Marilyn. E não é só o corpo, mas também o rosto, as expressões, a famosa pinta, os olhos azuis (lentes que parecem olhos naturais), o temperamento, a inocência; tudo que diz respeito a Srta. Monroe está presente aí.
 A índole auto-destrutiva, a eterna descrença em si própria, a dificuldade em amar e se aceitar, o difícil papel de ter que agradar a todos, a bebida, os remédios, a dificuldade em atuar, a ignorância e certa "burrice" a respeito do que é a vida; essas características extremamente presentes em Monroe dificilmente são mostradas por outras fontes, que tendem a idealizá-la. Nesse longa, Marilyn é apresentada em sua essência, como ser humano e não apenas como o maior sex symbol de todos os tempos.
O filme gira em torno de Colin Clark, interpretado pelo excelente Eddie Redmayne, que se apaixonou perdidamente pela atriz-problema. Ao saber que ela iria para Londres fazer um filme com o diretor e ator Laurence Olivier, Colin torna-se assistente do diretor; disposto a qualquer coisa para ficar perto de sua musa. Tão disposto a abrir mão de tudo que vai deixando um romance real com a garota de quem gosta, interpretada por Emma Watson, para viver uma idealização.
Marilyn não era uma pessoa fácil de se lidar, era emocionalmente instável e dependente. Michelle Williams capta essa característica com uma verossimilhança impressionante. Tudo é muito bem feito nesse drama; as atuações, o figurino, a ambientalização. Contudo, não é um daqueles filmes que se vê e revê, é bom para ver uma vez e absorver as coisas boas; já se uma análise formal for feita, deixa um pouco a desejar no conteúdo. No geral, tem um bom roteiro e alguns pontos excelentes, deve ser visto por todos os admiradores de Marilyn Monroe, mas aí vai o aviso, talvez o seu conceito da persona real de Marilyn esteja errado e você possa se decepcionar.
Eu diria até que o conceito de "loira burra" pode ter sido inspirado nela; era toda beleza e sensualidade e quase nada de conteúdo e inteligência. Apesar disso, a atriz tinha um elemento "x", algo que ninguém pode explicar, mas conquistava e ainda conquista a muitos. Bem como diz o personagem de Dominic Cooper em certo momento, ela erra milhões de vezes, mas quando acerta a cena, todos só tem olhos para o quão maravilhosa ela é.
O primeiro amor [platônico] de um jovem, a super valorização de Marilyn, as dificuldades pessoais e um filme que quase não deu certo por displicência da protagonista. A peculiar languidez de Marylin também é mostrada sabiamente por meio da boa direção, de uma ótima protagonista e de um bom roteiro. Um filme muito bom, que infelizmente não teve a devida divulgação no Brasil, mas que vale à pena ser visto.






quinta-feira, 10 de maio de 2012

Um Homem de Sorte (2012)








Nome Original: The Lucky One
Direção: Scott Hicks
Baseado na obra de Nicholas Sparks 
Gênero: Drama/ Romance
Elenco:  Zac EfronTaylor Schilling, Jay R. Ferguson, Blythe Danner 
Distribuição: Warner Bros. Pictures
EUA, 2012 (101 minutos)







Sinopse: O fuzileiro naval Logan Thibault encontra, durante a Guerra, uma foto de uma mulher deixada no chão; procura encontrar de quem é a fotografia e, sem sucesso, guarda-a consigo. Ele faz dela uma espécia de "amuleto" e anjo da guarda, quer ficar vivo por ela. Ele se promete que, caso sobrevivesse, iria atrás da moça da foto; é justamente o que acontece. Logan então se apaixona por Beth, um amor que mudará a vida dos dois para sempre.


Mais um filme de romance meloso baseado em uma obra de Nicholas Sparks. Bem como manda o gênero, segue o princípio de sempre das obras de Sparks: um grande amor, vários problemas, alguma fatalidade e um água com açúcar interminável. Apesar de filmes como Um Amor para Recordar e Diário de uma Paixão serem excelentes, verdadeiras histórias de amor sem grandes floreios, nesse novo longa deixa-se muito a desejar.
Zac Efron é sim um rosto bonito com certo talento, porém, nesse longa esse talento não se mostra em sua maior genialidade. Falta combinar a personalidade de um fuzileiro com o rosto angelical e o jeito meio delicado de Efron. Apesar de ter momentos de boa atuação, a maior parte deixa a desejar. A atriz Taylor Schilling também não estreou em um papel principal com tanto brilho. Há cenas um tanto quanto forçadas, com muitas risadas (bem estranhas, diga-se de passagem) ou com muito choro.
Ainda que haja inúmeros defeitos, a química entre Efron e Schilling é aparente e inegável; há cenas bem calientes entre os dois e as emoções do relacionamento são mais naturais que as outras. Os personagens tem uma ligação visível.
Um erro terrível do diretor Scott Hicks foi o de querer "embelezar" demais as cenas e torná-las nada verossímeis. Em momentos de diálogos cruciais, a filmagem é feita com o falante de costas para o ouvinte, e eu me pergunto em que mundo isso é real. Além disso, há cenas muitos idealizadas, que são culpa do diretor por querer inovar mas esquecer de relacionar a ficção com a realidade. Ele se esqueceu que o que faz o espectador envolver-se na trama é justamente o quão próxima da realidade ela pode parecer.
Em um ano em que grandes filmes têm sido lançados, Um Homem de Sorte não passa de "sessãozinha da tarde" com direito a rostos bonitinhos. Mais um romance água-com-açúcar idealizado; mas que, talvez se tivesse uma melhor direção, pudesse chegar em algum lugar. O enredo em si não é ruim, é a execução dele que não entrega o recado.


domingo, 29 de abril de 2012

Os Vingadores (2012)

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Nome Original: The Avengers
Direção: Joss Whedon 
Roteiro: Joss Whedon 
Gênero: Ação/ Aventura/ Ficção
Elenco: Chris Evans, Chris Hemsworth, Robert Downey Jr., Mark Ruffalo, Scarlett Johansson, Jeremy Renner, Samuel L. Jackson, Tom Hiddleston 
Marvel Studios/ Paramount Pictures
EUA, 2012 (142 minutos) 











Dispensa apresentações. É um dos filmes mais esperados do ano, e superou todas as minhas expectativas. Tentarei não ser spoiler, mas apenas trazer um pouco da grandeza do filme. Os herois Homem de Ferro, Hulk, Thor, Capitão América Viúva Negra e Gavião Arqueiro (que muda de lado por certo período, hipnotizado) tem de salvar o mundo do irmão invejoso de Thor, Loki.
Excelente elenco e mais do que excelentes efeitos visuais; esse filme, ainda que longo, envolve do começo ao fim todos os espectadores. São personagens bem construídos e cenários inacreditavelmente reais, é quase impossível não se surpreender com a grande capacidade da Marvel em fazer filmes de super herois com tamanha primazia.
É bem verdade que Capitão América já trouxe ótimos efeitos visuais, mas deixou um pouco a desejar no conteúdo; além de Thor e Homem de Ferro 2 não terem sido filmes realmente bons. Contudo, foi preciso tê-los para que Os Vingadores pudesse ser lançado e, aí sim, extasiar os fanáticos por quadrinhos.
Os personagens seguem o usual: um Homem de Ferro engraçado e arrogante, uma Viúva Negra quase ninja e corajosa, um Capitão América líder nato, um Thor meio sem graça mas incrivelmente poderoso, um Gavião Arqueiro extremamente forte e preciso e, é claro, o estressado mais amado do cinema, o incrível Hulk.
O papel de Bruce Banner (Hulk) era para ter sido originalmente interpretado por Edward Norton, porém ele teve desavenças com a Marvel e perdeu o papel. A princípio, achei realmente uma pena, e que não poderia ser encontrado outro ator tão bom. Contudo, Mark Ruffalo caiu como uma luva no papel, trata-se de um Hulk muito, devo dizer, muito bem construído e que parece não ser relevante no começo, mas depois mostra-se essencial. É um humor necessário ao filme e Ruffalo conseguiu realmente trabalhar seu personagem como se, em suas palavras, o Hulk fosse “um aspecto de sua personalidade” [1].
Já o vilão Loki, interpretado por Tom Hiddleston, não tem realmente uma meta a ser cumprida, e torna-se quase que ridículo, chega a ser engraçado. Apesar disso, se não fosse a sua inveja e sua necessidade de ser adorado, os avengers não teriam sido reunidos pela S.H.I.E.L.D. e não seriam necessários. Todos os herois tem de ser atraídos por um vilão, e pelo menos essa relação foi bem construída. O segredo de Loki é o seu poder, e é isso que os herois lutarão para destruir e salvar a Terra da extinção.
Estreou nessa sexta-feira, 27, e as salas de cinema se encheram. Deve ficar em cartaz por mais um bom tempo, mas é um filme imperdível, que o fará sair da sala de cinema contente e relembrando bons momentos da infância, além de arrancar boas risadas e trazer cenas muito bem feitas. Ótima direção e ótimo roteiro de Joss Whedon. Que venham Batman e The Amazing Spider-Man, mas será difícil superar Os Vingadores.




Sonhos de um Sedutor (1972)







Nome Original: Play it again, Sam
Direção: Herbert Ross
Roteiro: Woody Allen
Gênero: Comédia/ Romance
Elenco: Woody Allen, Diane Keaton, Tony Roberts
Distribuição: Não definida / Estúdio: Paramount Pictures
EUA, 1972 (85 minutos)







Sinopse: Um neurótico escritor, apaixonado por cinema, tenta superar o divórcio que não consegue aceitar. A solução encontrada é namorar de novo, sair e conhecer novas mulheres, com a ajuda de um casal amigo e de seu alter-ego, Humphrey Bogart. 




Mais um clássico de Woody Allen com a excelente Diane Keaton, bem como Noivo Neurótico, Noiva Nervosa ("Annie Hall" - 1977). Sempre que assisto a um filme de Allen, fico impressionada com a sua capacidade em fazer o espectador refletir, ainda que este não o perceba. Seus filmes, em sua imensa maioria, são inteligentes e bem construídos, além de terem um humor irônico que só Woody Allen consegue trazer.
Dessa vez em um personagem muito bem construído, Woody Allen interpreta Harry, um homem neurótico e no mínimo estranho, que acabou de ser abandonado pela esposa. Tudo o que Harry conhecia era a vida de casado e não consegue entender porque a mulher o abandonou. Um casal de amigos tenta ajudá-lo, empurrando-o para encontros desastrosos, nos quais Harry sempre coloca tudo a perder por sua ansiedade e seu jeito bizarro de ser. Sua grande obsessão é o filme Casablanca, e imagina o tempo todo Humphrey Bogart conversando com ele, dando-lhe conselhos.
Uma coisa que admiro muito nos filmes de Woody Allen é a capacidade de transmitir ideias complicadas com uma clareza singular. Outro fator que o diferencia de qualquer outro roteirista é o de transmitir os pensamentos de seus personagens, trata-se de um recurso do teatro levado para o cinema. E, por sinal, Sonhos de um Sedutor é inspirado em uma peça do próprio Woody Allen.      
A atuação de uma ainda bem jovem, porém experiente, Diane Keaton traz certo brilho e leveza ao filme. Allen e Keaton trabalham muito bem juntos, complementam-se verdadeiramente na atuação. Os delírios de Harry são hilários, impossível não rir ao vê-lo se imaginando como um galã.
Não é um filme comum, e certamente não é corriqueiro um homem querer que sua vida ocorra como Casablanca, um filme clássico mas com final inesperado. Normalmente o homem-protagonista quer ficar com a garota, acima de ser um heroi e salvar o dia; nesse caso é o contrário.
Trata-se de uma comédia de curta duração, mas de história muito bem desenvolvida, indo contra a Hollywood atual, em que muitos filmes não passam de "enrolação" e poderiam ter seu tempo diminuído pela metade.
Para quem aprecia a genialidade de um dos diretores mais diferentes de todos os tempos, Sonhos de um Sedutor não pode deixar de ser visto. E para aqueles que ainda não entendem tal genialidade, deve ser conferido; talvez seja possível enxergar um pouco como Woody Allen é inteligente e consegue transmitir isso sem grandes esforços. É bom usar o feriado para assistir filmes antigos e entender mais sobre o verdadeiro cinema.