quinta-feira, 31 de maio de 2012

MIB³ - Homens de Preto 3 (2012)









Nome Original: MIB 3 (ou MIB III)
Direção Barry Sonnelfeld
Roteiro: Ethan Coen
Gênero: Ação/ Ficção Científica
Elenco: Tommy Lee Jones, Will Smith, Josh Brolin, Jemaine Clement, Michael Stuhlbarg and Emma Thompson
Distribuição: Columbia Pictures
EUA, 2012 (106 minutos)


Baseado em: "Malibu Comics" de Lowell Cunninghan






Para sinopse, enredo e especificações: http://meninblack.com/site/#/cast-and-crew (site oficial)



MIB I e II certamente marcaram muitas vidas, seja no período da infância, adolescência, de idade adulta ou terceira idade. Os efeitos, a realidade, e é claro, as atuações de Tommy Lee Jones e Will Smith fizeram dos dois filmes imperdíveis. As ótimas "tiradas" e o humor presentes nos dois primeiros longas fizeram com que muitos cressem não ser possível uma continuação do mesmo nível. Contudo, o diretor Barry Sonnenfeld provou que não só é possível fazer no mesmo nível, mas é possível fazer até melhor.
Quando J (Will Smith) descobre que K (Tommy Lee Jones) pode morrer se ele não fizer nada, volta ao passado para tentar impedir essa tragédia. Tudo isso porque "Boris, the Animal", que consegue fugir da prisão (detalhe, na Lua), quer se vingar de K por ter-lhe tirado um braço no passado. Ele decide então voltar ao passado e matá-lo.
De um dia para o outro, J tem um outro parceiro e é como se K tivesse morrido há 40 anos. Ao perceber o quão importante K se tornou para ele e ao descobrir o que aconteceu, ele volta ao passado para tentar fazer tudo se ajeitar e poupar a vida do parceiro. Há, nessa volta, um excelente Josh Brolin, que faz o papel de K mais novo e tem a mesma altura, mesmo jeito, mesma entonação e até mesmo aparência física parecida com o próprio Tommy Lee. É impressionante a capacidade de Brolin em fazer parecer que estamos vendo um Tommy Lee Jones mais novo.
Há ainda, sacadas geniais, como a que as modelos e o mundo da moda são de outro planeta e a em que o próprio Andy Warhol era apenas um agente da MIB disfarçado para se infiltrar nesse meio. Há ainda, o "OK" de J, quando acaba deixando escapar que já conhece K e O (Emma Thompson e Alice Eve - mais nova) do futuro. E o fato de uma garotinha confundir J com o presidente Obama no presente, dentre muitas outras situações engraçadíssimas.
Os efeitos visuais são excelentes, é possível lembrar dos outros longas e ver como a computação e a tecnologia evoluíram nos últimos anos, é realmente impressionante. E, é claro, como não poderia faltar, há o nome de Steven Spielberg no longa, como produtor executivo. Um filme ótimo com excelente elenco e crew, tudo contribuiu para o sucesso dessa ficção científica.
Para mim, foi um sonho distante que se realizou; um filme da minha infância que ganhou continuação, e uma continuação do nível que merecia. O final, por incrível que possa parecer, é meio triste e, ainda que com certa distância, emociona o espectador. A capacidade de Will Smith em transmitir suas emoções e fazer-nos realmente "entrar" na pele do personagem é incrível.
É um longa que vale ser visto, nem que seja apenas para matar as saudades dos "velhos tempos". Will Smith afirmou que, por ele, poderia haver mais dois MIBs e, com certeza, quem ver esse filme torcerá para que sejam feitos mais dois de fato.



terça-feira, 22 de maio de 2012

O Corvo (2012)







Nome Original: The Raven
Direção: James McTeigue
Roteiro: Ben Livingston e Hannah Shakespeare
Gênero: Suspense
Elenco: John Cusack, Alice Eve, Brendan Gleeson, Luke Evans, Kevin McNally, Pam Ferris
Distribuição: Paris Filmes
EUA, 2012 (111 minutos)







Sinopse: O escritor Edgar Alan Poe ajuda a polícia na busca de um serial killer que imita os crimes de seus contos e sequestrou sua noiva Emily. Para ajudá-lo na investigação, o detetive Emmet assume o caso e pretende dar um fim aos assassinatos terríveis, que são seguidos de charadas criadas pelo criminoso que desafia a inteligência do autor num jogo de gato e rato. [Adaptado de InterFilmes]


Que John Cusack é um ótimo ator, todos sabemos. Porém, ele ficou um tempo sem fazer boas escolhas de filmes, acabou atuando em longas como A Ressaca, com roteiro pobre e sem conteúdos significativos. Desta vez foi, contudo, diferente; trata-se de um enredo envolvente e com um roteiro muito bem explorado. Lembra filmes como Seven, pela fixação do criminoso em seguir uma história já escrita e pelos crimes sangrentos. Outra semelhança é a de o assassino só ser revelado no final do film; há várias suspeitas; elas, porém, só se confirmam quando a face do assassino é finalmente revelada.
Uma história bem feita em que um admirador-excessivo-compulsivo de Edgar Allan Poe resolve "homenageá-lo" da maneira mais sinistra possível: cometendo os assassinatos descritos em suas obras de ficção. E, para que Poe faça parte da investigação, ele sequestra sua amada Emily, ameaçando matá-la a qualquer momento. Existe uma ligação clara e evidente entre o assassino e o poema "O Corvo", de Poe. Nome poema, é descrito um animal "terrível" e insistente, que teima em assombrar o escritor. Para quem quiser ler o poema com tradução de Fernando Pessoa, o link é http://www.insite.com.br/art/pessoa/coligidas/trad/921.php, já para quem prefere a versão original: http://www.insite.com.br/art/pessoa/coligidas/trad/theraven.php
Cusack interpreta um dos meus escritores preferidos e um dos mais brilhantes de todos os tempos, Edgar Allan Poe. Ele consegue captar com excelência a essência de Poe e a grande estrela do filme é, sem dúvidas, a sua atuação.
Há cenas um pouco sangrentas para os facilmente impressionados. Mas a ambientação, figurino e no geral, filmagem, são de alta qualidade. A direção do consagrado James McTeigue (V de Vingança) faz toda a diferença e todas as situações se encaixam com clareza, no momento certo.
É um suspense muito bem feito e suspeita-se de todos. Procura-se "explicar" uma causa para a morte de Edgar Allan Poe, que é descrita no início do longa. Um filme diferente e inteligente, com aquela atmosfera literalmente nebulosa e típica dos bons suspenses.
Vale à pena assistir, principalmente em uma época em que boas estreias não estão surgindo com frequência.





Trailer Legendado

sábado, 12 de maio de 2012

Sete Dias com Marilyn (2011)








Nome Original: My Week with Marilyn
Direção: Simon Curtis
Roteiro: Adrian Hodges, baseado nos livros The Prince, The Showgirl and Me e My Week with Marilyn de Colin Clark
Gênero: Drama/ Romance/ Biográfico
Elenco: Michelle Williams, Kenneth Branagh, Eddie Redmayne, Dougray Scott, Judi Dench, Emma Watson
Distribuição: Paris Filmes
EUA, 2011 (100 minutos)





Sinopse: A musa Marilyn Monroe (Michelle Williams) está em Londres pela primeira vez para filmar "O príncipe encantado". Colin Clark (Eddie Redmayne), o jovem assistente do prestigiado cineasta e ator Laurence Olivier (Kenneth Branagh), sonha apenas em se tornar um diretor de cinema, mas logo viverá um romance com a mulher mais sexy do mundo. O que começa como uma aventura amorosa mudará a vida do ainda inocente Colin e revelará uma das várias facetas de um dos maiores mitos do século XX. [Fonte]


Trazendo talvez uma das melhores atuações da fantástica Michelle Williams, esse filme conta a história de ninguém menos que da musa do cinema, Marilyn Monroe. Williams é bem magra e "reta", mas, de alguma forma extraordinária (utilização de enchimentos), conseguiram deixá-la com o corpo muito parecido com o de Marilyn. E não é só o corpo, mas também o rosto, as expressões, a famosa pinta, os olhos azuis (lentes que parecem olhos naturais), o temperamento, a inocência; tudo que diz respeito a Srta. Monroe está presente aí.
 A índole auto-destrutiva, a eterna descrença em si própria, a dificuldade em amar e se aceitar, o difícil papel de ter que agradar a todos, a bebida, os remédios, a dificuldade em atuar, a ignorância e certa "burrice" a respeito do que é a vida; essas características extremamente presentes em Monroe dificilmente são mostradas por outras fontes, que tendem a idealizá-la. Nesse longa, Marilyn é apresentada em sua essência, como ser humano e não apenas como o maior sex symbol de todos os tempos.
O filme gira em torno de Colin Clark, interpretado pelo excelente Eddie Redmayne, que se apaixonou perdidamente pela atriz-problema. Ao saber que ela iria para Londres fazer um filme com o diretor e ator Laurence Olivier, Colin torna-se assistente do diretor; disposto a qualquer coisa para ficar perto de sua musa. Tão disposto a abrir mão de tudo que vai deixando um romance real com a garota de quem gosta, interpretada por Emma Watson, para viver uma idealização.
Marilyn não era uma pessoa fácil de se lidar, era emocionalmente instável e dependente. Michelle Williams capta essa característica com uma verossimilhança impressionante. Tudo é muito bem feito nesse drama; as atuações, o figurino, a ambientalização. Contudo, não é um daqueles filmes que se vê e revê, é bom para ver uma vez e absorver as coisas boas; já se uma análise formal for feita, deixa um pouco a desejar no conteúdo. No geral, tem um bom roteiro e alguns pontos excelentes, deve ser visto por todos os admiradores de Marilyn Monroe, mas aí vai o aviso, talvez o seu conceito da persona real de Marilyn esteja errado e você possa se decepcionar.
Eu diria até que o conceito de "loira burra" pode ter sido inspirado nela; era toda beleza e sensualidade e quase nada de conteúdo e inteligência. Apesar disso, a atriz tinha um elemento "x", algo que ninguém pode explicar, mas conquistava e ainda conquista a muitos. Bem como diz o personagem de Dominic Cooper em certo momento, ela erra milhões de vezes, mas quando acerta a cena, todos só tem olhos para o quão maravilhosa ela é.
O primeiro amor [platônico] de um jovem, a super valorização de Marilyn, as dificuldades pessoais e um filme que quase não deu certo por displicência da protagonista. A peculiar languidez de Marylin também é mostrada sabiamente por meio da boa direção, de uma ótima protagonista e de um bom roteiro. Um filme muito bom, que infelizmente não teve a devida divulgação no Brasil, mas que vale à pena ser visto.






quinta-feira, 10 de maio de 2012

Um Homem de Sorte (2012)








Nome Original: The Lucky One
Direção: Scott Hicks
Baseado na obra de Nicholas Sparks 
Gênero: Drama/ Romance
Elenco:  Zac EfronTaylor Schilling, Jay R. Ferguson, Blythe Danner 
Distribuição: Warner Bros. Pictures
EUA, 2012 (101 minutos)







Sinopse: O fuzileiro naval Logan Thibault encontra, durante a Guerra, uma foto de uma mulher deixada no chão; procura encontrar de quem é a fotografia e, sem sucesso, guarda-a consigo. Ele faz dela uma espécia de "amuleto" e anjo da guarda, quer ficar vivo por ela. Ele se promete que, caso sobrevivesse, iria atrás da moça da foto; é justamente o que acontece. Logan então se apaixona por Beth, um amor que mudará a vida dos dois para sempre.


Mais um filme de romance meloso baseado em uma obra de Nicholas Sparks. Bem como manda o gênero, segue o princípio de sempre das obras de Sparks: um grande amor, vários problemas, alguma fatalidade e um água com açúcar interminável. Apesar de filmes como Um Amor para Recordar e Diário de uma Paixão serem excelentes, verdadeiras histórias de amor sem grandes floreios, nesse novo longa deixa-se muito a desejar.
Zac Efron é sim um rosto bonito com certo talento, porém, nesse longa esse talento não se mostra em sua maior genialidade. Falta combinar a personalidade de um fuzileiro com o rosto angelical e o jeito meio delicado de Efron. Apesar de ter momentos de boa atuação, a maior parte deixa a desejar. A atriz Taylor Schilling também não estreou em um papel principal com tanto brilho. Há cenas um tanto quanto forçadas, com muitas risadas (bem estranhas, diga-se de passagem) ou com muito choro.
Ainda que haja inúmeros defeitos, a química entre Efron e Schilling é aparente e inegável; há cenas bem calientes entre os dois e as emoções do relacionamento são mais naturais que as outras. Os personagens tem uma ligação visível.
Um erro terrível do diretor Scott Hicks foi o de querer "embelezar" demais as cenas e torná-las nada verossímeis. Em momentos de diálogos cruciais, a filmagem é feita com o falante de costas para o ouvinte, e eu me pergunto em que mundo isso é real. Além disso, há cenas muitos idealizadas, que são culpa do diretor por querer inovar mas esquecer de relacionar a ficção com a realidade. Ele se esqueceu que o que faz o espectador envolver-se na trama é justamente o quão próxima da realidade ela pode parecer.
Em um ano em que grandes filmes têm sido lançados, Um Homem de Sorte não passa de "sessãozinha da tarde" com direito a rostos bonitinhos. Mais um romance água-com-açúcar idealizado; mas que, talvez se tivesse uma melhor direção, pudesse chegar em algum lugar. O enredo em si não é ruim, é a execução dele que não entrega o recado.